terça-feira, 17 de março de 2009

DIANTE DAS VITÓRIAS E DAS DERROTAS

Tudo vai ficar bem, você vai encontrar outra pessoa”. Era o que dizia Rubens para o seu amigo Edgar na mesa do bar ao embalo de cerveja e churrasco. Mas Edgar, extenuado só não chorava graças à relevante embriaguês causada pelas tantas cervejas que bebera a tarde toda. Sua noiva o traíra e havia embora com outro. Rubens continuava com os conselhos, as palavras de força para encorajar o amigo de tantas horas. De repente, mais um amigo chega à mesa e senta ao lado dos dois depois de cumprimentá-los.
“E ai como vão vocês?”, notando desânimo dos dois amigos Diógenes logo se intera ao assunto e consolida-se a eles. Força vai, apoio vem e Diógenes conta a novidade dele, são dois extremos, enquanto Edgar estar abatido, Diógenes conta que acabou de receber o resultado da promoção no trabalho e que vai entrar no curso de Direito, pois agora teria dinheiro para pagar a tão sonhada faculdade. Depois de parabenizado pelos dois amigos por suas vitórias, por seu sucesso profissional eles comemoram juntos num brinde ao amigo promissor, Edgar por um momento esquecia a aleivosia da noiva que amou durante longos cinco anos.
Rubens levantou foi ao banheiro. Estava morrendo de inveja do amigo promovido. Por que é tão fácil ser amigo e aceitar as angústias dos amigos? Por que era tão fácil dar força a Edgar e era tão difícil se vangloriar, se alegrar pela vitória de Diógenes? No fundo, no fundo somos acometidos de uma inveja natural, sentimos um desejo violento de possuir o bem alheio. Na verdade, é bom vermos que alguém anda pior que a gente, é bom para o ego do ser humano, sentir-se superior como há pouco Rubens sentia-se em relação a Edgar.
Pensou, suspirou forte e voltou para a mesa onde Diógenes e Edgar sorriam juntos, Edgar sim, sentiu-se feliz pelo amigo, esquecia por um momento seu problema, sua derrota. Amparava-se um pouco na gloria de Diógenes. Rubens não. Morria de inveja. Preferia o momento de antes onde se sentia superior ao amigo choroso e abatido.

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